O que é Eleição

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O que é Eleição

A eleição, no contexto bíblico e religioso, refere-se ao conceito teológico de que Deus escolhe certas pessoas ou grupos para cumprir Seus propósitos divinos. Este termo é amplamente discutido em várias passagens das Escrituras, especialmente no Novo Testamento, e é um tema central em muitas tradições cristãs. A eleição é frequentemente associada à ideia de predestinação, onde Deus, em Sua onisciência e soberania, determina quem será salvo e quem não será.

Eleição na Bíblia

Na Bíblia, a eleição é mencionada em várias passagens, tanto no Antigo quanto no Novo Testamento. No Antigo Testamento, Deus escolhe Israel como Seu povo eleito, conforme descrito em Deuteronômio 7:6-8. No Novo Testamento, a eleição é frequentemente associada aos crentes em Cristo. Por exemplo, em Efésios 1:4-5, Paulo escreve que Deus nos escolheu em Cristo antes da fundação do mundo para sermos santos e irrepreensíveis diante Dele.

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Eleição e Predestinação

A eleição está intimamente ligada ao conceito de predestinação. Predestinação é a doutrina de que Deus, em Sua soberania, decidiu de antemão quem será salvo. Esta ideia é particularmente enfatizada em passagens como Romanos 8:29-30 e Efésios 1:11. A predestinação sugere que a salvação não é baseada em méritos humanos, mas na graça soberana de Deus. Este conceito tem sido um ponto de debate teológico significativo ao longo da história do cristianismo.

Eleição Incondicional

A eleição incondicional é uma doutrina que afirma que a escolha de Deus para salvar certos indivíduos não é baseada em qualquer condição ou mérito prévio. Em outras palavras, Deus escolhe quem Ele quer salvar independentemente de qualquer ação ou decisão humana. Esta visão é frequentemente associada à teologia reformada e ao calvinismo. Passagens como Romanos 9:11-13 são frequentemente citadas para apoiar esta doutrina, onde Paulo fala sobre a escolha de Jacó sobre Esaú antes de eles terem feito qualquer coisa boa ou má.

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Eleição Condicional

Em contraste, a eleição condicional é a doutrina que afirma que a escolha de Deus para salvar indivíduos é baseada em Sua pré-ciência da fé ou das ações futuras dessas pessoas. Esta visão é mais comum em tradições arminianas e wesleyanas. De acordo com esta perspectiva, Deus prevê quem responderá à Sua graça com fé e, com base nessa pré-ciência, Ele os elege para a salvação. Passagens como 1 Pedro 1:1-2 são frequentemente citadas para apoiar esta visão, onde Pedro fala sobre os eleitos “segundo a presciência de Deus Pai”.

Eleição e Livre Arbítrio

A relação entre eleição e livre arbítrio é um tema complexo e frequentemente debatido. Algumas tradições cristãs, como o calvinismo, enfatizam a soberania de Deus na eleição e minimizam o papel do livre arbítrio humano. Outras tradições, como o arminianismo, procuram equilibrar a soberania divina com a responsabilidade humana, afirmando que Deus elege com base em Sua pré-ciência das escolhas livres dos indivíduos. Este debate envolve questões profundas sobre a natureza de Deus, a liberdade humana e a justiça divina.

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Eleição no Antigo Testamento

No Antigo Testamento, a eleição é frequentemente associada à escolha de Israel como o povo de Deus. Deus escolheu Abraão e seus descendentes para serem uma nação especial, conforme descrito em Gênesis 12:1-3 e Deuteronômio 7:6-8. Esta eleição é vista como um ato de graça soberana de Deus, não baseado em qualquer mérito ou superioridade de Israel, mas no amor e na promessa de Deus. A eleição de Israel tem implicações significativas para a história da salvação e para a compreensão da identidade e missão do povo de Deus.

Eleição no Novo Testamento

No Novo Testamento, a eleição é ampliada para incluir todos os crentes em Cristo, tanto judeus quanto gentios. Paulo frequentemente fala sobre os crentes como os “eleitos” de Deus, conforme visto em passagens como Colossenses 3:12 e 2 Timóteo 2:10. Esta eleição é baseada na obra redentora de Cristo e na graça de Deus. A eleição no Novo Testamento enfatiza a inclusão de todos os que têm fé em Cristo, independentemente de sua origem étnica ou social, e destaca a unidade e a diversidade do corpo de Cristo.

Implicações da Eleição

A doutrina da eleição tem várias implicações práticas e teológicas para os crentes. Primeiro, ela destaca a soberania e a graça de Deus na salvação, lembrando aos crentes que sua salvação é um dom de Deus e não resultado de seus próprios méritos. Segundo, a eleição pode proporcionar segurança e conforto aos crentes, sabendo que sua salvação está firmemente enraizada na escolha soberana de Deus. Terceiro, a eleição chama os crentes a uma vida de santidade e serviço, respondendo à graça de Deus com gratidão e obediência.

Controvérsias sobre a Eleição

A doutrina da eleição tem sido objeto de controvérsia e debate ao longo da história do cristianismo. Diferentes tradições teológicas têm interpretado a eleição de maneiras variadas, levando a diferentes ênfases e práticas dentro da igreja. O calvinismo e o arminianismo representam duas das principais abordagens teológicas sobre a eleição, cada uma com suas próprias implicações e desafios. Essas controvérsias refletem questões mais amplas sobre a natureza de Deus, a liberdade humana e a justiça divina, e continuam a ser um tema importante de estudo e discussão teológica.

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